A utilidade é a nossa maior dor de cabeça. Desde os objectos às pessoas, tornar algo útil é um problema. Agarrar na embalagem usada e perceber que dali pode surgir um objecto novo, belo e útil, faz com que olhemos o mundo com estranheza e, por isso, pedir que façamos a reciclagem é ainda uma luta diária. É-nos difícil transformar o mau em bom e só não hesitamos em fazê-lo, quando as rugas aparecem na cara e queremos uma cara nova (bem cara, por sinal).
Mesmo para os menos impressionados com o fenómeno, há sempre uma data de provérbios populares que nos encorajam a desconfiar da mudança “inútil para útil”. Por exemplo, “pau que nasce torto, nunca se endireita” é um desses provérbios clássicos que promove a descrença. E outras descrenças mais íntimas que agora não vêm à baila. Continue reading “Sentimentos usados? Aqui! Nesta venda de garagem!”